O comércio ilegal de cigarros eletrônicos e sachês de nicotina no Distrito Federal gera uma movimentação superior a R$ 491 milhões anualmente, conforme dados do Acervo de Dados da Biblioteca Digital da Escola de Segurança Multidimensional (ESEM) da Universidade de São Paulo. O levantamento aponta que o governo local poderia arrecadar mais de R$ 167 milhões em tributos se esses produtos fossem legalizados. Desde 2009, a Anvisa proíbe a comercialização, importação, produção e promoção desses itens em todo o Brasil.
Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF’s), incluem vapes, pods e vaporizadores. Estima-se que Brasília tenha cerca de 53 milhões de consumidores desses produtos, e na região Centro-Oeste esse número chega a 288 milhões.
De acordo com o levantamento, 25% dos consumidores no Centro-Oeste adquirem os produtos de vendedores informais, enquanto outros 25% compram em lojas especializadas e 8% em plataformas de e-commerce. Quanto à frequência de uso, 43% dos usuários consomem menos de uma vez por semana e 29% utilizam algumas vezes na semana.
As principais razões para o consumo desses produtos são sabor/aroma (21%), curiosidade (17%), redução do uso de cigarros tradicionais (10%), uso em ambientes fechados (10%) e influência social (8%). A pesquisa ainda revela que 43% dos entrevistados consideram que o comércio ilegal prejudica a economia e 66% acreditam que o contrabando e a falsificação de cigarros eletrônicos fortalecem o crime organizado.
Laura Cardoso, uma jovem de 27 anos, se tornou ativista contra o tabagismo após ser diagnosticada com câncer de pulmão. Ela começou a usar cigarros eletrônicos em 2020 e, após complicações de saúde, passou por uma cirurgia para remover metade de seu pulmão direito. Em suas redes sociais, Laura alerta sobre os perigos do tabagismo e enfatiza a importância de não se sentir pressionado a fumar para ser aceito.


