O ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, prestará depoimento à Polícia Federal na próxima segunda-feira (1º) na Superintendência da PF, em Brasília. O depoimento está relacionado à investigação que levou à liquidação do Banco Master.
Costa foi afastado de sua posição no BRB por 60 dias, conforme determinação judicial da Operação Compliance Zero, e foi demitido pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, na semana passada.
O executivo, que se encontrava nos Estados Unidos quando a operação foi iniciada, expressou sua intenção de colaborar com as investigações ao retornar ao Brasil. Seu advogado, Cléber Lopes, indicou que ele solicitou prioridade para ser ouvido.
Em uma nota divulgada anteriormente, Costa afirmou: “Reconheço a importância das investigações em curso e reafirmo meu respeito às instituições. Estou certo de que sempre atuei em prol do BRB, seguindo as melhores práticas de mercado”. Ele também declarou que está disposto a fornecer todas as informações necessárias para ajudar na elucidação dos fatos.
Recentemente, Costa comentou com aliados sobre o isolamento que tem enfrentado desde a deflagração da operação, o que gerou especulações sobre a possibilidade de um acordo de delação premiada com a PF ou o Ministério Público Federal.
A gestão de Costa é acusada de realizar repasses irregulares ao Banco Master através da compra de carteiras de crédito falsas, supostamente encobertos pela aquisição do banco privado. O Banco Central já havia proibido a concretização do negócio em setembro passado.
A operação envolvendo o Banco Master e o BRB provocou uma crise política significativa para o governador do Distrito Federal, com parlamentares locais e federais coletando assinaturas para a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o caso.
Além disso, mandados de busca e apreensão foram cumpridos no dia 18, com a finalidade de investigar se houve pressão política para que o BRB adquirisse o controle do Banco Master. Há indícios de que Costa estava ciente da falsidade das carteiras de crédito e, mesmo assim, autorizou a compra no valor de aproximadamente R$ 12,2 bilhões.


