No Distrito Federal, a vacinação de gestantes contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal causador da bronquiolite em bebês, começou nesta quarta-feira (3). A Secretaria de Saúde (SES-DF) recebeu um lote inicial de 9.465 doses do imunizante, que estão sendo distribuídas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital. O objetivo da campanha é proteger os recém-nascidos da bronquiolite, uma infecção viral grave que afeta as pequenas vias aéreas dos pulmões, através da transferência de anticorpos maternos. A meta é vacinar pelo menos 80% das gestantes no DF.
A vacina é destinada a mulheres a partir da 28ª semana de gestação, sem restrições de idade. O esquema prevê uma dose única por gestação. Tereza Luiza Pereira, gerente da rede de frio central, enfatizou a importância de que as gestantes procurem as UBSs para iniciar a imunização. “Temos outras vacinas disponíveis como Influenza, dTpa, Covid-19 e Hepatite B”, acrescentou. O Ministério da Saúde adquiriu 1,8 milhão de doses, sendo o lote enviado ao DF parte do primeiro envio nacional, que soma 673 mil imunizantes.
A SES-DF ressaltou que a bronquiolite é uma das doenças mais comuns em bebês e crianças pequenas. O VSR é o principal agente responsável, embora outros vírus, como rinovírus e adenovírus, também possam causar a doença. Em 2024, foram registrados 6.552 casos de bronquiolite, e neste ano, o número já subiu para 7.694 casos.
Segundo o ginecologista e obstetra, Fábio Santana dos Passos, a vacinação durante a gestação é um avanço significativo para a proteção dos recém-nascidos. A vacina estimula o sistema imunológico da mãe a produzir anticorpos, que são transferidos para o feto pela placenta, garantindo que o bebê nasça com defesas prontas. O especialista ressaltou a importância de aplicar a vacina entre a 24ª e a 36ª semana de gestação para uma eficaz transferência de anticorpos.
Embora a gestante não precise de prescrição médica para receber a vacina, é essencial que esteja sob acompanhamento pré-natal. O diálogo com o obstetra é fundamental para garantir que todas as vacinas sejam aplicadas no tempo correto. Além da vacinação, práticas de higiene, como lavar as mãos e evitar aglomerações, também são essenciais para proteger o bebê. A pediatra Thallys Ramalho destacou que os bebês entre 2 e 6 meses são os mais vulneráveis à bronquiolite, especialmente aqueles prematuros ou com condições de saúde crônicas.
A vacinação não visa prevenir 100% das infecções, mas sim reduzir a gravidade da doença e os riscos de hospitalização e morte. Outras formas de prevenção, como evitar o tabagismo passivo e promover o aleitamento materno, são igualmente importantes.


